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quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
ado, aado, reitoria no meu quadrado! xD
Pé pequeno é foda! :/
Pseudo-salto, casaquinho de lã estilosinho, cabelo no lugar, brincos, anéis, colares...
A partir de agora é outro nível... fazer o q? :P
Sabe quando tu tá no lugar certo e na hora certa?
Pois é.
No outro dia então, 8h30 toca o telefone:
Podes estar no Campus I agora às 10h? – disse a telefonista.
... Ahn? Como assim? E não é q era sério mesmo? :O
E lá se foi a Carol, sem ter muita noção alguma de nada.
Quem mandou ser tão metida? – martelava a voz – talvez da (in)consciência – em sua cabeça.
E entre uma conversa e outra...
Eu só tenho uma bolsa de monitoria lá no Campus II, mas posso conversar com o professor pra ver direitinho. – disse a Carol, meio sem jeito.
Idiota!! Idiota! Pra que ficar falando o q ng te perguntou?? – gritava, freneticamente, aquela voz.
Semana que vem entraremos em contato. Obrigado. – disse o diretor.
Gelou. Já era. Ela sabia.
Mas como a esperança é a última que morre – bã, desculpem o clichê :/ - ela esperou. Era só o q podia fazer.
Segunda-feira, 9h30 da manhã, toca o telefone:
Podes estar no Campus I agora às 10h? – disse a telefonista.
Será? Só podia ser um sim. Tinha que ser.
E lá se foi...
Bla bla bla, bla bla bla, bla bla bla...
Té amanhã! – disseram todos da sala de assessoria.
Carol sorriu. Simplesmente sorriu.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
A cura dos pampas
O Analista de Bagé é um personagem clássico da literatura contemporânea gaúcha e o mais marcante da carreira de Verissimo. Suas histórias romperam com as fronteiras locais e conquistaram leitores em todo o Brasil. Não há quem não saia curado depois de uma única sessão com esse psiquiatra. Ele resolve todos os problemas, nem que seja "no laço".
O livro conta com uma seleção exclusiva feita pelo autor dos melhores contos dessa personagem. Além de textos antigos, são apresentadas também algumas composições novas, como uma "entrevista exclusiva" e reveladora com o analista.
Com muito humor - característica típica de Verissimo – e uma linguagem peculiar, repleta de gírias e expressões tipicamente locais, o autor narra as histórias mais marcantes do Analista, que trata os males da alma como quem "amansa cavalo chucro".
Além do Analista, há também outros personagens importantes em seus contos. Um deles é a sua recepcionista, Lindaura. Ela é a companheira do psiquiatra e que segundo o próprio autor, além de receber também dá.
Devido à publicação da obra fora do Rio Grande do Sul, o livro apresenta um pequeno dicionário com definições das expressões regionais, a fim de facilitar o entendimento da obra.
Verissimo, através desse personagem, conseguiu representar fielmente um gaúcho de tradição: machista e sem papas na língua. "Se abanque, índio velho. A sessão está apenas começando", garante o analista.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Shakespeare em verde e amarelo
O livro faz parte da Coleção Devorando Shakespere, que apresenta diversas releituras de obras do poeta inglês. A Décima Segunda Noite, segundo volume dessa coleção, tem como base a tragicomédia Noite dos Reis, escrita a mais de 400 anos. O enredo apresentado na obra original é um triângulo amoroso, envolvendo um duque, que para se aproximar de uma jovem condessa, pede ajuda para uma moça, que por vias do destino, está se passando por um homem. Como uma boa tragédia, a jovem condessa se apaixona pelo mensageiro, que na verdade é uma moça. E a moça/moço, por sua vez, apaixona-se pelo duque.
Transposto para a contemporaneidade, a obra de Verissimo, mesmo utilizando situações, e narrador diferentes, mantém o mesmo trama. O autor define seu novo livro como sendo uma co-autoria entre ele e o bardo inglês. “Shakespeare forneceu a trama básica, e eu entrei com o resto”, explica.
A história tem como palco a França, mais especificamente Paris, e mostra a cidade de uma maneira muito peculiar e íntima, destacando lugares e situações típicas de um parisiense, conseguindo transpor o leitor e melhor contextualizá-lo.
No entanto, Verissimo não perde sua brasilidade, apresentando como um dos vértices do triângulo amoroso, Violeta, uma brasileira, recém chegada à Paris e, principalmente, traz como narrador da trama Henri, um papagaio francês, de penugens cinzas – o verde e amarelo é pura tinta -, que, dentre suas características, pode-se destacar sua tagarelice, egocentrismo e bom humor.
Dentre um devaneio e outro, dentre uma recordação e uma revelação, Henri, com seu inseparável gravador, conta a história, um tanto quanto, trágica de um triangulo amoroso. Orsino, típico galanteador burguês, compra um salão de beleza – que conta como parte de sua decoração tipicamente brasileira, Henri -. Ele se apaixona por Olívia, que, por sua vez, não lhe dá a menor atenção, devido a seu luto pela morte do irmão. Violeta e seu irmão gêmeo, Sebastião, logo ao chegar à Paris, se desencontram, tendo que a moça, para conseguir manter-se na cidade, trabalhar no salão de beleza de Orsino. Para tal trabalho, Violeta precisa se transformar em homem e vira, então, César. Orsino, na tentativa de libertar o coração de Olívia, pede ajuda para César(Violeta), fazendo-o de mensageiro e intermediário entre os dois.
Como uma típica obra shakespereana, o plano de Orsino não tem o resultado esperado, e Olívia se apaixona por César(Violeta), e Violeta por Orsino. Está feita a confusão!
O fim deste enredo não poderia fugir dos padrões literários clássicos, mantendo o final original – com uma pitada de tragédia.
Verissimo apresenta uma grande diversidade narrativa, - é capaz de citar John Lennon e Kiekegaard numa mesma frase- conseguindo mesclar comédia, drama, romance, tragédia em uma só obra.